Ajoelhei, pedi a Deus, que já não existia, um pouco mais de compaixão
por essas ruas cheias de pedras pontiagudas,
por essas luzes fumacentas,
pelos cigarros que não traguei,
Pedi perdão pelos cantos sujos,
pelos pingos de várias cores,
pelas paredes frias e macias à noite
Joguei ao chão os pertences que pude tirar,
só um ficou, choroso
açoitei as roupas, açoitei a casa e minhas mãos,
arranquei os pregos das portas que eu mesmo preguei,
deitei na grama queimada e vendei os olhos para ver o senhor.