terça-feira, 3 de novembro de 2009

-Escreve!
-Mas eu não sei o que escrever!
- Escreve!
-Vai, qualquer coisa, Fala do seu dia de ontem!
-Ah, ontem foi estranho me senti triste por não estar triste! e agora? ta bom?
- Ãham...com H!
- Então ta, que fazemos agora?
-Almoçar.
-*suspiro*
-Que tédio, são 11:40.*depois de um tempo risos*.....Ce num vai colocar isso no blog não né?
-...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Violino na TV


Lembrei daquelas borboletas que vinham vezenquando
repuxar os cantos da boca, bem que por esses dias elas podiam aparecer
e enfeitar um pouco mais,
as ponho aqui dentro e sinto o riso,
não só repuxam um esboço de sorriso,
gargalham em cada pedaço de carne e sei que elas têm
olhinhos de ramos de maracuj, olhinhos de nostalgia batida com morgue e duas pedras de gelo
mas por esses dias, aceito o gosto de unha roída e nervosismo sem açúcar.

domingo, 4 de outubro de 2009

Musiquinha de fundo(04/07/09)

Nas conchas e colheres se refletia a imagem maculada
de olheiras pontuais abaixo de olhos soturnos.
Tinha formigas por todo o lugar, até no pensamento
elas faziam questão de estar, passeavam por todo o corpo, e não
adiantava matar uma, duas, eram bilhões de formigas que irritavam o dia inteiro
De boca aberta pra tentar comer a imagem refletida naqueles metais,
e ninguém podia vê-la, como uma síndrome de Dorian Gray tentava escondê-la
enquanto nela os cabelos escuros e agora maiores já cobriam parte de um dos
ombros,
O que mais pesava era não ver pessoa alguma naqueles olhos, era não ter
alguém fincado naqueles grandes olhos negros
e era engraçado até, ver o mesmo rosto tantas vezes deformado, tantas vezes diluído,
embaçado, possuído de uma vontade de ser possuído,
e era só um rosto refletido em frigideiras, panelas, conchas e colheres,
era bem capaz de ser.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Teus olhos de controvérsia(22-09-09)

Se estendo o corpo, um dos teus vem e segura
encaixa as mãos como taças e dos seios tira o vinho
que escorre no canto da boca
que suja os lençois
que escorre por toda a casa
que não te faz falta
Esse mesmo vem, fica, perdura
um dia de olhos abertos
um dia de olhos tão pequenos quanto os pontos finais daquilo que leio
Esse mesmo incha na cama e
derruba aqueles que insistiam em ficar
tira no tapa todo pudor
treme uma frase, terme um gemido
jura o singular, jura o único,
jura o nós e
dorme
para que eu possa dormir no seu peito
para que possa jurar desse jeito
que não existe um outro eu em ti.

______________
"esse flerte é um flerte fatal"

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

16:50

Não foi só u ou dois dedos, mas corpos inteiros
Entrando por todos os poros e buracos
Furando e deixando tudo escorrer
Foram jazidas inteiras extraídas do fundo do peito
E mesmo assim ainda pesava
E mesmo assim ainda se contavam vários pendurados e enfiados em todos os cantos
Alguns escolhidos, alguns foram parar lá sem qualquer explicação
E eles pesam
Assim como palavras bem escolhidas e feitas de punhal fazem feridas
Que pesam depois de um tempo
Grandes vãos sem portas ou janela
Apenas vãos molhados, com cordas mofadas de
Nós bem dados, nós inteiros, nós alados
E o peito comido perturbava o parco equilíbrio
E desejava de tudo
Nada fixava
Nada era constante
Tinha de haver um remédio que dopasse por completo
Mesmo de olhos pingando nada sentiria
Nada absolutamenteSó cheiros variados em cada ponta de dedo

________________________________
Dias e dias tentando ler os textos que ando sem saco para ler....=P
Música do dia: aquela lá... “ce parece um anjo, só que não tem asa...”
Obg por me acompanhar K.!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fome de T.e

Já não sei se é oco

meu coração

que tanto quer expandir.

Palavras repetidas,

fecho os olhos,

atiro-me,

gozar, gozar até o fim.

A estrela está sempre ali a me torturar.

De mãos no queixo,

à janela

abro o crânio tentando sugar o universo

é impossível

sorverei os astros mais belos e

a lua por fim estará comigo

a guardarei do mundo e só te restará a escuridão

malditas sejam estas cores que se misturam no teu corpo.

domingo, 12 de julho de 2009

Férias!

Não há nada melhor que férias, depois de 4 meses(3?) me matando para passar em 5 matérias, e quando acaba tudo ainda fico com um MM( média)...eu queria SS(super xD) em tudo, ehauheauieh...

Muitos amigos já viajaram, muitos ainda vão viajar, mas nenhum vai estar comigo naquela data ingrata que é meu aniversário...povo mau >.<
mas beleza, acho que vou reservar o dia para comer coisas que amo, ler poemas de poetas que amo, assistir filmes de diretores que amo, algo do tipo, são 20 anos, né, não é um dia qualquer, bem que minha mãe dizia que até chegar aos 15 é devagar, mas dos 15 para os 20 é um sopro, eu eim...

Depois que eu cresci passei a olhar mais para o céu, e nele vejo todo o mundo , talvez veja até o que serei daqui há mais 20 anos...

O Maiakóvski nunca mais voltou para casa, enquanto isso, me contento com outros poetas...

Versos Dourados

Homem! livre pensador! serás o único que pensa

Neste mundo onde a vida cintila em cada ente?

De tuas forças tua liberdade dispõe naturalmente;

Mas teus conselhos todos o universo dispensa.

Honra a fera o espírito que fermenta...

Cada flor é uma alma em Natura nascente;

Um mistério de amor no metal reside dormente;

"Tudo é sensivel!" E o poderoso em teu ser se apresenta.
Receia, no muro cego, um olhar curioso:
À própria matéria encontra-se um verbo unido...
Não te sirvas dela para qualquer fim impiedoso!
Quase sempre no ser obscuro muro um Deus escondido.
E, Como um olho novo coberto por umas pálpebras.
Um espírito puro medra sob a crosta das pedras!
Gerard de Nerval

domingo, 21 de junho de 2009

Eu não devia pôr todos os dias, as aves num mesmo céu.


Estão livres, todos livres,

e eu ando, um pé na frente do outro

e eu corro, uma colher atrás da outra

e eu durmo, um sonho atrás do outro

Estão abertos, corpos abertos, bocas abertas com sorrisos cor-de-rosa

e eu fechada, côncava

emaranhada nos fios da terra como um passarinho tão inho

Conquanto, doravante prometo quebrar os fios,

prometo prometer não mais jurar meu amor à lua

prometo não derramar as estrelas nas lágrimas,

juro conter a convulsão só um pouquinho, para num momento prudente, talvez ofertá-la de uma só vez.

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Recomendo:

Filme-

A Doce Vida é a grande obra-prima do mestre Federico Fellini e também um dos maiores filmes da história do cinema. Roma, início dos anos 60. O jornalista Marcello (Marcello Mastroianni em desempenho memorável) vive entre as celebridades, ricos e fotógrafos que lotam a badalada Via Veneto. Neste mundo marcado pelas aparências e por um vazio existencial, freqüenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.
Informações Técnicas

Título no Brasil: A Doce Vida

Título Original: La Dolce Vita

País de Origem: Itália

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 173 minutos

Ano de Lançamento: 1960

Estúdio/Distrib.: Versátil Home Vídeo

Direção: Federico Fellini


Música:

Tchaikovsky - Bela Adormecida (Finale)

Livro:

Pedras de Calcutá - Caio Fernando de Abreu

terça-feira, 2 de junho de 2009

Por onde anda Maiakóvski?


Fiz como mandou, deixei-as crescer por quinze dias,
quando virá o prazer?
Tenho braços até parecidos, se roço as mãos no rosto com um pouco mais de vontade
quem sabe fique real, mais real ainda seriam os arranhões e mordidas,
quebraria os ossos e ao fim pediria perdão ao corpo lacerado, lacerado, lacerado.
Encarnaria o demônio uruguaio e protagonizaria um monólogo de autoflagelação?
Sim, provavelmente sim.
Uma dorzinha a mais o aliviaria.
Ele vive de dor, mas de qual?
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Engraçado, ele me lembra alguém...
Ai ai ai, isidore que falta me faz, Vladimir, por onde tu anda?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eu sei que você quer que eu note!

Ajoelhei, pedi a Deus, que já não existia, um pouco mais de compaixão
por essas ruas cheias de pedras pontiagudas,
por essas luzes fumacentas,
pelos cigarros que não traguei,
Pedi perdão pelos cantos sujos,
pelos pingos de várias cores,
pelas paredes frias e macias à noite
Joguei ao chão os pertences que pude tirar,
só um ficou, choroso
açoitei as roupas, açoitei a casa e minhas mãos,
arranquei os pregos das portas que eu mesmo preguei,
deitei na grama queimada e vendei os olhos para ver o senhor.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

1 2 3 testando!