domingo, 21 de junho de 2009

Eu não devia pôr todos os dias, as aves num mesmo céu.


Estão livres, todos livres,

e eu ando, um pé na frente do outro

e eu corro, uma colher atrás da outra

e eu durmo, um sonho atrás do outro

Estão abertos, corpos abertos, bocas abertas com sorrisos cor-de-rosa

e eu fechada, côncava

emaranhada nos fios da terra como um passarinho tão inho

Conquanto, doravante prometo quebrar os fios,

prometo prometer não mais jurar meu amor à lua

prometo não derramar as estrelas nas lágrimas,

juro conter a convulsão só um pouquinho, para num momento prudente, talvez ofertá-la de uma só vez.

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Recomendo:

Filme-

A Doce Vida é a grande obra-prima do mestre Federico Fellini e também um dos maiores filmes da história do cinema. Roma, início dos anos 60. O jornalista Marcello (Marcello Mastroianni em desempenho memorável) vive entre as celebridades, ricos e fotógrafos que lotam a badalada Via Veneto. Neste mundo marcado pelas aparências e por um vazio existencial, freqüenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.
Informações Técnicas

Título no Brasil: A Doce Vida

Título Original: La Dolce Vita

País de Origem: Itália

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 173 minutos

Ano de Lançamento: 1960

Estúdio/Distrib.: Versátil Home Vídeo

Direção: Federico Fellini


Música:

Tchaikovsky - Bela Adormecida (Finale)

Livro:

Pedras de Calcutá - Caio Fernando de Abreu

terça-feira, 2 de junho de 2009

Por onde anda Maiakóvski?


Fiz como mandou, deixei-as crescer por quinze dias,
quando virá o prazer?
Tenho braços até parecidos, se roço as mãos no rosto com um pouco mais de vontade
quem sabe fique real, mais real ainda seriam os arranhões e mordidas,
quebraria os ossos e ao fim pediria perdão ao corpo lacerado, lacerado, lacerado.
Encarnaria o demônio uruguaio e protagonizaria um monólogo de autoflagelação?
Sim, provavelmente sim.
Uma dorzinha a mais o aliviaria.
Ele vive de dor, mas de qual?
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Engraçado, ele me lembra alguém...
Ai ai ai, isidore que falta me faz, Vladimir, por onde tu anda?